Empresas investem em segurança eletrônica


O setor de segurança eletrônica nas empresas, que inclui câmeras e sensores, cresceu 12% em 2010, em comparação com o ano anterior.
O aumento foi impulsionado por micro e pequenos negócios -que representam mais de 50% do faturamento do mercado, segundo pesquisa da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança).
"Com a falta de capital para contratar equipes de segurança patrimonial, empresas de pequeno porte recorrem a esses sistemas para reduzir o índice de assaltos e furtos", diz Carlos Alberto Progianti, presidente da entidade.
Alessandro Shinoda/Folhapress

O proprietário da Ótica Ventura, Francisco Ventura, 50, usa sistema de segurança eletrônica em sua loja
Estudo realizado anualmente pelo Provar (Programa de Administração de Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), mostra que 40,5% das perdas financeiras de varejos no país, em 2009, ocorreram por furtos internos (funcionários) e externos.
O índice de 2010 --que será divulgado em agosto-- deve se manter no mesmo patamar, segundo Claudio Felisoni, coordenador do estudo.
"Apesar do maior investimento em segurança, como o volume de vendas cresceu 13% em 2010 [em relação a 2009], o total de furtos deve ter subido na mesma proporção", avalia.
Mesmo com três câmeras instaladas em sua loja, Marcela Vieira, 22, proprietária de uma franquia de joias em um shopping em Barueri (30 km da capital), foi furtada no mês passado.
O sumiço de dois anéis, afirma, resultou em prejuízo de quase R$ 400.
"Quero investir em um sistema que prenda as peças ao expositor", planeja a empresária. Por enquanto, elas ficam soltas no mostruário.
CÂMERAS E ALARMES
Entre os sistemas eletrônicos disponíveis no mercado, os mais utilizados por micro e pequenas empresas são circuitos fechados (40%) e alarmes contra intrusos (26%), de acordo com levantamento realizado pela Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança) e obtido com exclusividade para a Folha.
Juntas, essas ferramentas ajudam a reduzir perdas por furto. Os empresários, porém, têm também de investir em outras medidas para aumentar a eficácia dos sistemas.
Uma delas é treinar a equipe para usar os equipamentos, cita José Ramon Moreno, gerente técnico da Teleatlantic, empresa de monitoramento. Ele indica a ajuda de especialistas na implantação.
Sistemas de monitoramento das imagens gravadas --em que alguém vigia permanentemente a movimentação do estabelecimento- também são armas para inibir furtos e roubos, aconselha David Fernandes da Silva, consultor de segurança da Abese.
Uma cópia do conteúdo gravado deve ir para um local remoto, como o computador pessoal, complementa Nilton Migdal, consultor de segurança. "Isso evita que o assaltante leve o HD [dísco rígico] do equipamento da empresa com as imagens do crime."
COMPOSIÇÃO
A combinação de sistemas, como alarmes e circuitos de filmagem, por exemplo, é alternativa utilizada pelos empresários para reforçar a segurança do estabelecimento.
Esse é o caso de Carlos Eduardo Puttini, 26, dono da Jarjeans, loja de roupas, em Santos (70 km da capital).
Com alto índice de perda de produtos, o empresário contratou serviço de monitoramento interno.
Entretanto, não obteve o resultado esperado e, há quatro meses, investiu também em tarjas magnéticas presas a cada peça.
"Além de reduzir o total de furtos, deixo meu cliente mais à vontade, uma vez que não preciso acompanhar o que ele faz enquanto olha e prova as roupas", destaca.
Segundo Adriano Sambugaro, diretor da Gateway Security, desenvolvedora de técnicas para proteção de mercadorias, o grande erro de pequenos empresários é achar que o sistema de segurança é caro e postergar o investimento ou comprar equipamentos simples vendidos na rua.
INVESTIMENTO
"A tecnologia completa custa, em média, R$ 5.000 à vista, valor inferior ao prejuízo obtido com assaltos e furtos internos de funcionários", calcula o diretor.
Ciente do prejuízo que poderia ter no caso de um assalto, André Schuartz, 26, dono da Cassinera, empresa de serviços de cassino para eventos, investiu R$ 3.000 em um sistema de proteção.
"Implantei botões de pânico em todas as salas. De onde estiver posso acionar a polícia", conta Schuartz, que diz nunca ter sido assaltado.


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